É isso mesmo. O mais versátil alimento do mundo também está sendo usado para a fabricação de vacinas contra a Covid-19. A ButanVac, vacina do Instituto Butantan, usa o ovo como uma de suas matérias-primas, mas esse uso não é novidade no mundo das vacinas

Ovos e o mercado farmacêutico

Comum na fabricação de antígenos e vacinas para animais e humanos, o ovo está em imunizantes conta a gripe e a febre amarela, por exemplo, mas o “ingrediente” voltou a ser novidade por conta da ButanVac, primeira vacina contra a Covid-19 produzida no Brasil sem insumos importados.

Produção de vacinas

Os ovos usados na fabricação de vacinas são diferentes dos que nós comemos, eles são fertilizados. Enquanto o que comemos não contêm um embrião, os usados na vacina sim, é por meio das células dele que o vírus consegue se replicar.

Além desse uso, os ovos embrionados também são usados em pesquisas científicas e para diagnosticar microrganismos em laboratórios.

De onde vem?

Esses tais ovos embrionados são produzidos apenas em 14 granjas brasileiras, 12 em São Paulo, uma em Minas Gerais e uma em Santa Catarina.

É a Globobiotech, que é voltada somente para a produção de ovos controlados e importação de ovos SPF (Livres de Patógenos Específicos), que fornece o material para o Instituto Butantan.

A empresa fabrica 140 milhões de ovos fertilizados por ano e, desde 2007, parte da sua produção segue para o Instituto Butantan para a produção da vacina contra a gripe (Influenza).

Desde abril, a companhia também fornece material para a produção da ButanVac e por dia são cerca de 500 mil ovos enviados para o instituto.

Essa produção não pode ser feita no mesmo local que os ovos para consumo. As granjas de ovos fertilizados estão instaladas em áreas isoladas e cercadas por barreiras sanitárias naturais de reflorestamento, com rigoroso controle de acesso.

As galinhas e os galos são alimentados com uma fórmula feita pela própria Globobiotech, composta somente por nutrientes de origem vegetal. O espaço onde as aves ficam é totalmente fechado, com um teto de isolamento térmico, diferente de um aviário tradicional.

Pronto para a vacina contra a Covid-19

Depois de serem botados, os ovos são analisados minuciosamente para garantir que estejam fertilizados, sem nenhum embrião morto ou casca trincada.

Eles ficam em uma incubadora por 11 dias para garantir o crescimento do embrião e depois são transportados em um veículo com controle de temperatura, umidade e taxas de CO².

A técnica para produzir a vacina contra a gripe e o coronavírus é praticamente a mesma, e você pode acompanhar esse processo nessa reportagem do G1.